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Foto: Renan Mattos (Diário)
Que se diga: não faltou combatividade aos pretendentes à cadeira hoje ocupada por Jorge Pozzobom (PSDB), que busca segundo mandato, e ambicionada também por outros cinco diligentes e aguerridos contendores: Evandro Behr (Cidadania), Jader Maretoli (Republicanos), Luciano Guerra (PT), Marcelo Bisogno (PDT) e Sérgio Cechin (PP).
Num conjunto bem amarrado de regras, que permitiu desde solos até confrontos corpo a corpo, o debate foi muitissimamente bem aproveitado por todos. Mas, afinal, os milhares de assistentes, tanto pela TV Diário quanto nas redes sociais e em emissoras e outros parceiros, diante do que viram e ouviram, puderam resolver dúvidas, confirmar certezas ou rever convicções? É possível. Ou não. Só se saberá, mesmo, na noite de domingo.
O que você lê a seguir não pretende definir quem foi bem ou mal no debate mediado pelo colega Marcelo Martins. Isso é posição pessoal e cada um tem a sua. Porém, avaliar a participação do sexteto é óbvia obrigação profissional. Acompanhe, na ordem alfabética:
Evandro Behr - Ideias bem organizadas, propostas que fazem sentido. Quase romântico, é a sensação que passa. Sem conflitar com ninguém, e até com educação em excesso (se isso é possível), seu cacife futuro, dependendo do desempenho dominical, poderá ser grande. Se deu para entender.
Jader Maretoli - Atirou para todo lado, buscando se posicionar dentro da disputa. Insistiu na tese de que é o "único" da nova política, ainda que a expressão tenha sido usada poucas vezes. Empreitada bem mais complicada que há de quatro anos, quando, sim, era um novato.
Jorge Pozzobom - Iniciou pra valer, marcando posição em relação ao atual vice, travando a principal (e quase única) disputa do confronto. Após, alinhou seu time do meio-campo para a frente, sem ser atacado de forma mais objetiva. Demonstrou ter todos os dados da prefeitura na cabeça, o que inibiu a disputa via troca de dados.
Luciano Guerra - Fez o jogo defensivo. Passou a ideia de que deixaria os outros (os atuais vice e prefeito, especialmente) se desentenderem. E se beneficiar disso. Como isso não foi a norma, teve que se virar de outra forma. De preferência, sem brigar. Isso até conseguiu. Mas não se sabe qual o efeito objetivo.
Marcelo Bisogno - Foi, disparado, o mais fogoso entre todos, buscando deixar clara sua independência em relação aos demais. Afinal, precisa cavar espaço no segundo turno, e faltam poucas horas. A impetuosidade, mais que tática, fosse talvez uma necessidade. Perfeitamente cumprida. O resultado? Domingo dirá.
Sérgio Cechin - Começou, como já ocorrera no debate anterior, mostrando nítido nervosismo, o que só piorou com o embate inicial (com direito até a queda de garrafinha de água). Aos poucos, se recompôs. Não houve mais problema. Jogou na retranca, a partir de então, numa tática de quem imagina (supõe ou sabe) estar em boa posição.
Carreatas superinfladas? E ainda a hipocrisia do "não reeleja ninguém"
SE FOSSEM PÃES... - Não há juízo de mérito, nem mesmo contestação, na medida em que o colunista não conferiu nenhuma pessoalmente. De todo modo, a ele chegaram notícias de pelo menos três supercarreatas, promovidas por três candidaturas diferentes. Sim, super. Conforme o tempo foi passando, a adesão aumentava. Começaram com 400, passaram para 650 e, a última informação disponível, miiiil veículos.
Este escriba é mais modesto. Acha (e só acha, também) que uma carreata com 250 carrinhos (nem precisa camionetonas, menos ainda caminhõezinhos) já seria de um ótimo tamanho. Sim, senhor. Em fila indiana, contando 4 metros cada veículo (sim, eles não podem estar "grudados"), já daria um quilômetro. Isso mesmo, miiiil metros.
MENTIRAGEM - Lá pelos anos 90, um consultor de mídia uruguaio (há muito radicado no Rio Grande e hoje falecido) prestava serviço ao jornal A Razão. Foi com ele que o escriba conheceu uma palavra nova.
Sem instrumentos de aferição de audiência ou circulação, havia jornais (e não era o caso do tradicional matutino local) que, além da tiragem, também apresentavam a "mentiragem". Claro que isso nada tem a ver com a informação sobre as carreatas eleitorais de hoje em dia.
DOIS PESOS E... - Um punhado significativo de candidatos a vereador usa o mote "não reeleja ninguém" como forma de propagandear a própria pretensão eleitoral. A quase totalidade deles, no entanto, se confrontada com pergunta simples, gagueja: - tá, e isso vale também para os deputados que estão a apoiar sua candidatura?
Dito isto, e realçando que cada um defende o que bem entender, é preciso deixar claro: há bons parlamentares. Se vão ou não se reeleger é outra coisa. No entanto, ninguém é uma palavra muito comprida para ficar se citando toda hora. Melhor desconfiar.
E fez-se o milagre pela campanha eleitoral. Afinal, se foi a pandemia?
O fenômeno começou a acontecer timidamente há coisa de duas semanas. Quem sabe, alargando um pouco, três. Não mais que isso. O fato é que as bandeiras passaram a dar o ar de sua graça e a ser desfraldadas aqui, ali e alhures. Mais no centro. Mas também em outros cantos. Não mais fixas em comitês de candidatos, que se instalaram nas beiradas da região central.
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Outro sintoma de que a mudança de comportamento se fazia, ainda que aos poucos e timidamente: as mesinhas no tradicional espaço entre a boca do Calçadão e a entrada da Praça Saldanha Marinho se tornavam permanentes.
Mais: diariamente os pretendentes à prefeitura (ou os vices, ou ambos) passaram a dedicar, por minutos que fossem, um tempo às paradas de ônibus que despejam cidadãos(ãs) eleitores(as) em busca do seu local de trabalho. Era a panfleteação sem intermediários, na medida do possível.
Mas isso foi há 15 dias. Agora, nesses momentos que antecederam ao pleito dominical, tudo ficou liberado. Militância (quem tem, claro, ou consegue pagar) nas ruas. Em todas as possíveis. Sem constrangimento algum. Ah, mas com máscara.
Ninguém tem ideia do que acontecerá mais adiante. Dentro de 10 dias, por exemplo, suspeita-se que podem acontecer baixas na militância dos finalistas (e dos desclassificados também, mas esses não terão campanha do segundo turno). Afinal, o risco de contaminação, pela grande aglomeração em que se tornou o centro da boca do monte, é iminente.
A busca pelo voto se transformou no fato mais importante da vida. É exatamente isso. Ou então foi decretado: a pandemia acabou. Acabou?
LUNETA
NO ESCURO
Mais que nunca, na história eleitoral de Santa Maria dos últimos 40 anos, houve tamanha indefinição quanto aos possíveis eleitos para o parlamento municipal. Para isso, a impossibilidade de coligação é fator fundamental, mas não o único. Aposta-se (e é só, também) que haverá mais de uma surpresa, e que podem vir das mulheres e/ou do setor de entretenimento, mídia incluída. Mas também pode sair de outro lugar. Afinal, é surpresa, não?
FAKES FORA
A moda desses últimos dias de campanha parece ser a difusão, via mensagens ou mesmo em grupos de Whatsapp, de pesquisas com dados que costumam convir apenas a quem enviou. O colunista, mesmo, recebeu três - com números diferentes, claro. Então, muita atenção. Não seja trouxa. Mesmo que o suposto instituto seja conhecido, exija o registro do TSE. E vai ao site do Tribunal e confira. O endereço? Este: www.tse.jus.br.
PAMELA...
Ao colunista quem telefonou foi uma moça chamada Pamela. Mas poderia ser a Maria, o João, o Pedro... O fato é que ela perguntou se conhecia fulano de tal, candidato. E, enfim, fez o seu proselitismo em favor dele. Creia: moças e rapazes estarão em tempo integral, até a última hora, cabalando votos. E, cá entre nós, o telefone é uma das poucas opções para fazer campanha. Principalmente (mas não só) para o Legislativo.
RAPIDEZ
Desde que foi implantada a urna eletrônica, o nervosismo de candidatos e militantes não dura mais que três, no máximo quatro horas em Santa Maria. Sim, como tem sido muito comum, até 7 e meia da noite de domingo já se saberá quais os candidatos que disputarão o segundo turno. E até as 9, no máximo, estará disponível a composição inteira da Câmara de Vereadores.
PARA FECHAR!
Evidentemente, ninguém falará disso ao sabor do resultado. No entanto, creia: tão logo os números forem conhecidos, já na noite de domingo começa a disputa pelo apoio dos perdedores. Isso, claro, a menos que todas as pontes forem dinamitadas nesses últimos momentos da campanha. De todo modo, ao lado do consolo pela derrota virá, inevitável, um recado dos finalistas: espero estar contigo no dia 29.